Matemática é eixo estruturador por envolver a aplicação de cálculos fundamentais, mas outras disciplinas, como história e geografia, também podem trabalhar a questão do comportamento e do consumo consciente
Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação financeira é tema transversal obrigatório nas propostas pedagógicas das escolas de todo o Brasil. Embora tenha a matemática como eixo principal, essa abordagem pode ir além dessa disciplina e dialogar com saberes de outros domínios, como história, língua portuguesa, geografia e ciências.
Enquanto na matemática financeira os alunos terão conteúdos ligados à porcentagem e cálculo de juros, por exemplo, noções fundamentais para lidar com o dinheiro e planejar os gastos, as outras dimensões vão contemplar a questão comportamental, a relação das pessoas com o consumo e as decisões financeiras, entre outros aspectos.
Em história, por exemplo, é possível tratar da evolução das trocas comerciais e da introdução da moeda nas diferentes sociedades, a cobrança de impostos ao longo do tempo e a função do dinheiro. Pode-se chegar até os dias de hoje, tratando de questões como comercialização, consumo e marketing — inclusive considerando os impactos da revolução digital — até chegar em tópicos que envolvem o mercado financeiro e a criação da bitcoin.
No caso de Língua Portuguesa, as habilidades relacionadas à leitura e compreensão de texto são fundamentais para o entendimento correto de boletos, faturas e carnês e de termos financeiros e expressões ligadas à economia. Também ajudam a acompanhar o noticiário ece se informar sobre o assunto.
Já em ciências, e até dialogando com geografia, o professor pode fazer a ponte, por exemplo, entre o consumo de água e energia e o impacto do uso desses recursos no ambiente natural e no orçamento das famílias. Em geografia, também é possível falar dos processos de produção, circulação e consumo de mercadorias no contexto da globalização e avançar para outros conceitos, como crescimento econômico, Produto Interno Bruto (PIB), importação e exportação.
Para ajudar as escolas a realizarem propostas nessa área, a BEĨ Educação desenvolve o material “Aprendendo a lidar com dinheiro”. Por meio da aprendizagem baseada em projetos, trabalha tanto o ensino da teoria como a aplicação prática, considerando os componentes socioemocionais e estimulando nos alunos o protagonismo e o empreendedorismo. O programa já foi adotado em 15 escolas públicas da rede estadual de Goiás.